O LIVRO CENTRAL
A primeira página do livro,
proveniente do EVANGELHO DE S. JOÃO (14, 28-31) não encontra
no texto da segunda, proveniente do PREFÁCIO DA MISSA DO ESPÍRITO SANTO,
uma sequência passível de existir num missal realista. Trata-se pois de um livro
imaginário, onde páginas sucessivas indicam, não uma
sequência trivial, mas sim a escolha de uma mensagem específica.
A colocação dos dedos da figura que exibe o livro chama a atenção para
as primeiras palavras ocultas: «Pater maior me est». No painel
simétrico, a mesma figura central segura de novo o livro, agora
fechado e envolto no seu pano protector, como que sugerindo um tempo posterior
ao da decifração da mensagem.
Esta transcrição baseia-se na
de Dagoberto Markl (1988) mas introduz alterações
onde elas nos parecem mais convincentes. Os fragmentos invisíveis
das duas primeiras páginas estão indicados a vermelho. Note-se
que não se trata de linhas realistas reproduzidas fielmente pelo
pintor, mas sim de linhas imaginárias, com uma estrutura e quebras
pouco usuais, que constituem em si mesmas um elemento mais da codificação
da charada. A identificação dos trechos é todavia
bastante segura dada a ocorrência repetida de séries de palavras
reconhecíveis aproximadamente equidistantes no contexto das linhas
imaginárias.
Note-se ainda que possíveis abreviaturas
invisíveis não são obviamente aqui consideradas, daí podendo
resultar uma extensão desequilibrada para algumas das linhas; e
que algumas áreas são dificilmente decifráveis devido
a possíveis pequenos retoques sem um entendimento prévio
dos caracteres. Os parêntesis rectos indicam as duas palavras do Prefácio
que não são lidas nas missas votivas; os curvos explicitam
abreviaturas ou palavras cortadas em fim de página.
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